Índios
Há os seguintes grupos indígenas:
Fulniô,
Xukuru e
Kapinawá, que se encontram respectivamente nos municípios de
Águas Belas,
Pesqueira e
Buíque, no
agreste do estado; e os
Kambiwá,
Pankararu,
Atikum e
Truká, que se encontram respectivamente nos municípios de
Ibimirim,
Tacaratu,
Floresta e
Cabrobó, no
sertão do estado.
86
A presença autóctone no estado data de mais 10 mil anos. Pinturas rupestres são encontradas em várias áreas do
sertão e
agreste do estado, sendo as mais conhecidas as do
Vale do Catimbau no município de
Buíque, agreste pernambucano.
Segundo dados da (
FUNAI), Pernambuco possui cerca de 40 mil índios.
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- Portugueses
Duarte Coelho trouxe consigo, para sua capitania, em 1535, o cunhado
Jerônimo de Albuquerque, alguns nobres, como
Vasco Fernandes de Lucena, e personagens de origens não muito claras, como
Brites Mendes de Vasconcelos,
a velha, um bebê. Logo em seguida vieram membros de famílias de
Viana do Castelo, chegados ao Brasil em sucessivas levas, e que foram o núcleo da
nobreza da terra pernambucana, todos aparentados entre si, Rego Barros, Regos Barretos, Velhos Barretos, Salgados de Castro, Marinhos Falcões, Barros Pimentéis, Pais Barretos, Carneiros [da Cunha], Bezerras, Albuquerques, Melos. São comerciantes com foros de nobreza e ascendências conhecidas até o século XIV. Interesses comerciais levaram a Pernambuco, também,
Filippo Cavalcanti, patriarca da família
Cavalcanti, a qual se entrelaçou com as famílias luso-brasileiras, tendo vários ramos, como a família
Suassuna.
88 89
54,1% dos pernambucanos declaram-se
pardos, seguidos por
brancos (36,6%). Na foto a cidade de
Gravatá, que tem uma das maiores porcentagens de indivíduos de cor branca no estado.
90
Além do legado genético, arquitetônico, musical e dialectual, Portugal se faz presente, em Pernambuco, com o Clube Português do Recife, o Real Hospital Português de Beneficência, o Gabinete Português de Leitura e o Consulado de Portugal. O surgimento do tradicional
hóquei sobre patins em Pernambuco, na década de
1950, por exemplo, é conseqüência da imigração portuguesa.
91
No sertão do estado, um grupo de 38 famílias portuguesas que vieram do
Entre-douro-e-minho em
Portugal se estabeleceram na Fazenda Panela d'água (Hoje no município de
Carnaubeira da Penha) e de lá se espalharam principalmente pelas microrregiões de
Itaparica,
Salgueiro e
Vale do Pajeú. Entre essas famílias estão: Aguiar, Alencar, Alves, Araújo, Barros, Brito, Brandão, Campos, Carvalho, Coelho, Cruz, Fernandes, Ferraz, Ferreira, Fonseca, Gomes, Gonçalves, Lima, Lira, Lustosa, Machado, Magalhães, Matos, Melo, Medeiros, Mendonça, Menezes, Miranda, Neves, Nogueira, Novaes,[Oliveira], Sá, Sampaio, Silva, Silveira, Soares, Torres e Uchoa. Essas famílias se juntaram à outras que cá vieram para trabalhar na abertura de estradas, construções de açudes e na agricultura: Albuquerque, Belfort, Cantarelli, Caribé, Cavalcanti, Candeia, Freire, Leal, Luz, Marques, Moura, Ramalho, Roriz e Trapiá. Juntas, essas famílias correspondem a quase a totalidade dos habitantes da região.
92 93
- Espanhóis e italianos
Nos primórdios da
colonização, junto aos
portugueses, os
espanhóis também se fizeram presentes.
95 No final de 2012, 685 espanhóis tinham registro no Consulado Honorário da Espanha no Recife como radicados na capital pernambucana.
96
Em Pernambuco também há um número significativo de descendentes de italianos: cerca de 200 mil.
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- Alemães
Os primeiros registros de alemães datam do
século XVII, com a chegada da corte
holandesa no Estado, que trouxe alguns alemães. As duas guerras mundiais também impulsionaram a colônia alemã no Recife, que era bastante pequena, contando com exíguos 1,2 mil imigrantes.
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Deutscher Klub Pernambuco, no
Recife.
Esta presença alemã pode ser observada no Deutscher Klub Pernambuco, fundado em
1920, e que antes era restrito apenas à colônia alemã e seus descendentes. Durante a
Segunda Guerra Mundial, o Deutscher Klub Pernambuco, que tinha ligação com o
Partido Nazista,
99 100 101 102 foi considerado propriedade alemã e sofreu uma desapropriação pelo Governo Federal, sendo reavido à colônia alemã pernambucana com o fim do conflito. A partir de
1960, o clube passou a organizar a sua
Oktoberfest, a tradicional festa da cerveja do Sul da Alemanha.
103 Outra Oktoberfest menor é realizada em
Olinda, conhecida como
Oktoberfest in der Altstadt von Olinda.
Outras
instituições que marcam a história alemã no Recife são o Instituto de Cultura Germânica, que era a escola para os filhos de
imigrantes alemães e ingleses, e o Centro Cultural Brasil-Alemanha (CCBA), centro que difunde a
língua e
cultura alemãs na cidade, sendo reconhecido pelo Consulado Geral da República Federal da Alemanha no Recife e pelo Instituto Goethe.
A presença alemã na cidade é também responsável pelo fato de o único consulado alemão que tem jurisdição sobre todo o
Norte/
Nordeste do país estar na capital pernambucana.
- Holandeses
Os
holandeses, apesar de terem quase majoritariamente partido do Estado, deixaram algumas famílias na
capital.
Gilberto Freyre, uma das maiores figuras públicas da
história do Estado, certa vez escreveu: "Sou, aliás, descendente de
espanhóis, tendo também sangue
nórdico, holandês,
português e, na quarta geração de antepassados, sangue
ameríndio, e nenhum
africano, admitindo ainda possível raiz
árabe e judia."
104
Na época da
invasão holandesa – embora a miscigenação não tenha sido oficialmente estimulada – há relatos de muitas uniões interraciais. A ausência de mulheres holandesas estimulou a união e mesmo o casamento de oficiais e colonos holandeses com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros
105 e, mais informalmente, destes com índias, negras,
caboclas e
mulatas locais. Esses colonizadores eram divididos em dois grupos: os
Dienaaren ("servidores", sobretudo soldados à serviço da Coroa Holandesa) e os
Vrijburghers ("homens livres", os colonos que vieram exercer a função de comerciantes).
Há evidência de que essas uniões deixaram traços genéticos que podem ser vistos na atualidade.
106 Em recente levantamento
genômico da população brasileira, observou-se entre os nordestinos um excesso de um haplogrupo comum na Europa (haplogrupo 2) que pode ser derivado das uniões entre holandeses e os luso-brasileiros.
107 No interior de Pernambuco, especialmente no Sertão do Araripe e em comunidades do
Agreste, há muitos loiros de olhos claros que, segundo a tradição, seriam descendentes de holandeses que se esconderam durante a
Insurreição Pernambucana.
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- Ingleses
Na
Rua do Bom Jesus funcionava o
Town British Club, em cima do London Bank, fundado pelos ingleses. Em 1928 existiam no Recife cinco clubes de origem inglesa.
112
No começo do século XIX, quando o
príncipe regente
D. João abriu os portos do país, os ingleses começaram a chegar ao Brasil - em especial, para Recife,
São Paulo,
Rio de Janeiro e
Salvador. Naquela época, a cidade do Recife possuía aproximadamente 200.000 habitantes, e a colônia inglesa já se apresentava de forma bastante expressiva, com a presença das seguintes firmas, bancos e empresas concessionárias de serviços públicos: a Western Telegraph Company (que possibilitava o contato com o mundo, através do cabo submarino), Pernambuco Tramways and Power Company (que interligava o Recife, com os seus trens, às demais cidades de Pernambuco e do Nordeste), Huascar Purcell, Pernambuco Paper Mills, Western of Brazil Railway Company, Price Waterhouse, Machine Cotton, John A. Thom (negociante de algodão, borracha, açúcar, mamona, cera), Cory & Brothers, Bank of London & South America, London & River Plate Bank, Royal Bank of Canada, Boxwell & Cia. (o maior estabelecimento de enfardamento de algodão), Williams & Cia. (exportadores de açúcar e algodão), Conolly & Cia. (casa de câmbio), Ayres & Son (representante de várias firmas e fabricantes), e White Martins.
113
Já que a colônia inglesa não se fez massivamente presente no resto do
Brasil, Recife é uma das poucas cidades brasileiras que tem um cemitério próprio para os imigrantes ingleses e seus descendentes, o
Cemitério dos Ingleses. O cemitério encontra-se fechado a maior parte do tempo. Apresenta um portão de ferro datado de 1852 - obra dos ingleses da Fundição d'Aurora - e possui um administrador particular, não remunerado, que é eleito por ingleses e seus descendentes.
Também fazem parte das paisagens recifenses mais antigas os bondes que circulavam pela cidade. Ainda hoje, é possível ver os trilhos em ruas no bairro do Recife Antigo, bairro que ainda preserva um pouco da história da cidade com ruas de pedra e trilhos de bonde, além de prédios antigos onde hoje funcionam cervejarias, bares e cafés. O último bonde inglês a circular no Recife fazia o trajeto Boa Vista - Madalena, e funcionou até março de 1954. O bonde permanece exposto na Fundação Joaquim Nabuco.
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- Árabes e judeus
Pernambuco abriga a segunda maior comunidade
palestina do Brasil. O
Mercado de São José (foto), mais antigo mercado público e edifício pré-fabricado em ferro no país, era ponto de encontro da colônia palestina no início do século XX.
64
O imperador
Dom Pedro II, que falava
árabe,
115 visitou o
Líbano e a
Síria em
1876. Em
Damasco, capital síria, o imperador escreveu um poema, que enviou ao Visconde de Taunay, onde lia-se: "Damasco dos milênios, berço da civilização, e quem a construiu ajudará a construir o Brasil".
115 O fluxo migratório árabe para o Brasil foi estimulado e intensificado no fim do século XIX. No Recife, uma das marcas dos imigrantes é o Clube Líbano Brasileiro, erguido pela colônia
libanesa, no bairro do Pina. O primeiro contato árabe com o Estado, entretanto, se fez com missionários
católicos sírios que chegaram a Pernambuco nas caravanas portuguesas.
116 O estado de Pernambuco abriga ainda a segunda maior comunidade
palestina do Brasil, concentrada na cidade do Recife, que começou a receber os primeiros imigrantes em
1903. Hoje a comunidade tem cerca de 5 mil pessoas.
64
O judaísmo em Pernambuco está presente desde o
século XVI, quando os judeus convertidos ao
cristianismo eram considerados
cristãos-novos, sendo muitos deles
senhores de engenho.
117 Porém, existia a suspeita de prática escondida da religião judaica. Obtiveram liberdade de professar a religião nos tempos de
Maurício de Nassau, que logo foi combatida quando os
portugueses voltaram ao domínio da economia açucareira. Com isso muitos imigraram para as
Antilhas Holandesas ou para
Nova Amsterdã, que viria a ser o bairro de
Manhattan futuramente. No inicio do
século XX, o estado recebeu judeus de origem
russa,
ucraniana e
romena. A imigração eslava levou ao Recife famílias como a de
Clarice Lispector,
Leôncio Basbaum,
Noel Nutels, entre outras.
118 No Recife há hoje uma comunidade de 1,6 mil judeus.
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- Orientais
O estado tem a terceira maior comunidade nipônica do país, concentrada no
Recife, em
Bonito e em
Petrolina. Alguns vieram do Japão ainda em
1908, outros de
São Paulo e do
Pará, por falta de espaço no mercado de trabalho, após a segunda Guerra Mundial. Hoje há aproximadamente 37.000 famílias nipônicas no estado.
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Os chineses estão presentes desde meados de
1920: uma pequena leva vinda da
Guiana inglesa. A partir de
1970 migraram chinenes de
Taiwan. Havia cerca de 200 pessoas no fim dos anos
1980. Só na década de
1990 a comunidade começou a ganhar o tamanho que apresenta hoje, com a vinda de chineses da fronteira do
Brasil com o
Paraguai. Hoje a comunidade chinesa conta com pouco mais de 10 mil pessoas.
121
Porto de Galinhas foi, até a segunda metade do século XIX, porta de entrada de grande número de escravos, vindos em sua maioria de
Angola.
- Africanos
A Capitania de Pernambuco contou com a presença do negro desde o final do século XVI. Naquele período, os portugueses introduziram a cultura da cana-de-açúcar na região, utilizando-se da mão-de-obra escrava de origem indígena e africana. Os engenhos multiplicaram-se rapidamente e a produção de açúcar tornou-se a principal atividade econômica da colônia. O número de cativos de origem africana também cresceu bastante naquela Capitania. Em 1584, 15 mil escravos labutavam em pelo menos 50 engenhos. Este número subiu para 20 mil escravos em 1600. Já na metade do século XVII a população escrava somava entre 33 e 50 mil pessoas.
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- Outras etnias
Houve, em menor escala,
imigração de outros povos. Famílias de outros países germânicos além de
Inglaterra e
Alemanha marcaram presença em Pernambuco. Um exemplo é a influente família
Lundgren, de origem
sueca e
dinamarquesa, que fundou a rede varejista
Casas Pernambucanas e, entre outros feitos, construiu a Igreja de Santa Isabel, principal cartão-postal da cidade de
Paulista, na Região Metropolitana do Recife.
123 124 Em pequeno número, encontram-se ainda descendentes
russos, tendo o primeiro grupo da Rússia chegado ainda no
século XIX, no porto do
Recife nos navios Nadejda e Neva. Uma lenda pernambucana, aliás, diz que os passos de
frevo teriam sido incorporados à
música por influência dos passos da
dança folclórica russa quando estes foram convidados pelos recifenses para uma
festa. Em escala ainda pequena, existem os descendentes de
franceses: as famílias Callou e Belfort, que se estabaleceram na região de
Salgueiro,
Serrita,
Terra Nova e
Serra Talhada; e a tradicional família Burle Dubeux, que se estabeleceu na capital do estado.
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Muito bom eu adorei a historia a colonia alemã,inglesa,holandesa deveria ter sido muito mais presente como no sul do Brasil e o clube dos alemães deveria ter música da alemanhã e não ter forró isso acaba com a cultura alemã eu sou descendente de alemães André Sheckmann eu sou contra bandas de forró tocar no clube e sim ter música da alemanhã como tem em blumenau
ResponderExcluirPor favor, alguém me ajuda a entender como a família Curvelo chegou em Pernambuco, principalmente na cidade de Bom Conselho?
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