A conta final da
preparação brasileira para a Copa do Mundo 2014 continua crescendo. Em
dezembro do ano passado, o Ministério do Esporte fez novas mudanças na
Matriz de Responsabilidades, documento que lista as obras prioritárias
para o megaevento. Desde janeiro de 2010, data da primeira versão do
governo, os estádios apresentaram o maior aumento de custo, passando de
R$ 5,66 bilhões para R$ 8,01 bilhões.
Com base nisto, o Portal
2014 analisou todas as 109 obras da Matriz de Responsabilidades e
listou os 14 projetos com maior sobrepreço, na comparação com a lista de
quatro anos atrás. O levantamento mostrou que todos os setores tiveram
aumento em pelo menos um projeto. O fato ocorreu nas arenas da Copa, nas
obras de mobilidade urbana, além dos projetos de modernização de portos
e aeroportos.
Duas obras
aeroportuárias lideram o ranking. os trabalhos estão ligados à
ampliações dos terminais de passageiros dos aeroportos de Curitiba e
Salvador. Na capital paranaense, o custo das obras subiu 167%, saltando
de R$ 41,3 milhões para R$ 110,16 milhões. Na Bahia, o acréscimo em
relação à lista de 2010 foi de 164% (de R$ 30 milhões para R$ 79,23
milhões). A construção do Módulo Operacional Provisório (MOP), por sua
vez, aparece na noca colocação, com 69% de aumento.Segundo a Infraero, o
fato deu-se devido às mudanças nos projetos. "Diversas obras ainda
estavam em fase de elaboração de projetos e orçamentos. Dessa forma, os
valores constantes da Matriz de 2010 tratavam-se de estimativas", disse a
estatal por meio da assessoria de imprensa.
A Infraero também alerta
para a redução de preço de algumas intervenções. No aeroporto do
Galeão, por exemplo, o custo das obras de modernização dos dois
terminais caiu pela metade. Mais oito projetos da Copa seguiram a linha -
foram cinco nos aeroportos (Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília, Natal e
Porto Alegre). No Pinto Martins, a redução chegou a quase 39% (de R$
279,5 milhões para R$ 171,1 milhões). Em Porto Alegre, um caso à parte: o
projeto de ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho foi excluído
da Matriz. Dessa forma, o investimento passou de R$ 345,8 para R$ 59
milhões.
Estádios
Cinco arenas da Copa do
Mundo figuram entre os maiores diferenças de custo na comparação com a
primeira lista do governo. O Beira-Rio ocupa a terceira colocação. O
orçamento das obras estourou após a entrada de uma construtora na
execução dos trabalhos (requisito da Fifa). O valor saltou de R$ 130
milhões para R$ 330 milhões, com aumento de 154%.
No Maracanã, no Mané
Garrincha, no Mineirão e na Arena da Baixada, o aumento está ligado às
correções monetárias do contrato, além dos juros. No Rio, o custo das
obras aumentou também devido às deterioração da marquise. A antiga
construção deu lugar a uma nova cobertura. A nova intervenção provocou
aditivo de 36%.
Entre todos os setores
de infraestrutura, a mobilidade foi exceção ao apresentar redução no
custo total das obras. Na última revisão do governo, no entanto, 14
projetos foram retitados da lista do Mundial 2014. No total, o setor
teve 17 exclusões desde maio de 2012. Assim, o repasse para as
intervenções caiu de R$ 11,56 bilhões para R$ 8,02 bilhões.
Há também os projetos
com sobrepreço. Sao duas obras em Curitiba: Corredor Marechal Floriano
(quarta posição) e a requalificação da rodoferroviária (13ª colocação).
Em Cuiabá, a construção do corredor Mário Andreazza teve quase 47% de
aumento (11°). No Recife, as obras do BRT Leste/Oeste ocupa o 12° posto
(acréscimo de 38%: de 99 milhões para 137 milhões). Completam a lista os
trabalhos de modernização e ampliação dos portos de Fortaleza e Natal
(veja abaixo).
Custo total
Após 73 meses de
preparação, a Copa 2014, segundo a Matriz de Responsabilidade, custará
R$ 25,58 bilhões. No total, sete setores têm projetos relativos à
competição: aeroportos, estádios, portos, aeroportos, segurança,
telecomunicações, turismo. O governo também inclui os gastos com as
instalações complementares da Copa das Confederações.
Desse total, R$ 14,02
bilhões serão desembolsados pela esfera federal. Os governos locais são
responsáveis pelo repasse de R$ 7,81 bilhões. Já a iniciativa privada
investirá R$ 3,75 bilhões. Em janeiro de 2010, o Ministério do Esporte
previa gastos na ordem de R$ 23,52 bilhões.
Confira a lista das obras com os maiores acréscimos:
1º Aeroporto/Curitiba
Reforma do terminal de passageiros do aeroporto Afonso Pena: 166,7% (de R$ 41,3 milhões para R$ 110,16 milhões)
2º Aeroporto/Salvador
Reforma do terminal de passageiros do aeroporto Dep. Luís Eduardo Magalhães: 164,1% (de R$ 30 milhões para R$ 79,23 milhões)
3º Estádio/Porto Alegre
Reforma do Beira-Rio: 153,8% (de R$ 130 milhões para R$ 330 milhões)
4° Mobilidade/Curitiba
Corredor Marechal Floriano: 104,6% (de R$ 30,3 milhões para 62 milhões)
5º Porto/Fortaleza
Reforma do terminal marítimo de Fortaleza (Mucuripe): 91,3% (de R$ 105,9 milhões para R$ 202,6 milhões)
6º Estádio/Brasília
Construção do novo Mané Garrincha: 88,3% (de R$ 745,3 milhões para R$ 1,403 bilhão)
7º Estádio/Curitiba
Reforma da Arena da Baixada: 77,1% (de R$ 184,5 milhões para R$ 326,7 milhões)
8º Estádio/Rio de Janeiro
Reforma do Maracanã: 75% (de R$ 600 milhões para R$ 1,050 bilhão)
9º Aeroporto/Campinas
Construção do Módulo Operacional Provisório (MOP): 69,3% (de R$ 2,9 milhões para R$ 4,91 milhões)
10º Estádio/Belo Horizonte
Reforma do Mineirão: 63,1% (de R$ 426,1 milhões para R$ 695 milhões)
11º Mobilidade/Cuiabá
Corredor Mário Andreazza: 46,9% (de R$ 31,3 milhões para R$ 46 milhões)
Corredor Leste Oeste em Recife |
12º Mobilidade/Recife
BRT: Leste / Oeste - Ramal Cidade da Copa: 38,4% (de 99 milhões para 137 milhões)
13º Mobilidade/Curitiba
Requalificação da Rodoferroviária e acesso: 35,1% (de R$ 36,2 milhões para 48,9 milhões)
14º Porto/Natal
Reforma do terminal marítimo de Natal: 35% (de R$ 53,7 milhões para R$ 72,5 milhões)
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