terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Recife, a capital dos chineses no Nordeste

Pernambuco está ganhando um sotaque oriental. Cada vez mais chineses estão elegendo o Recife como a terra das oportunidades. A comunidade vem crescendo ao ponto de já se falar na abertura de um consulado no Estado

Os chineses estão descobrindo Pernambuco. Com a saturação do mercado de importados e de restaurantes típicos de São Paulo e de Foz de Iguaçu, os orientais resolveram mudar de rota. Resultado: Recife virou a capital dos chineses no Nordeste. Nos últimos anos, o número de imigrantes no Estado deu um salto e quadruplicou. Nos anos 80, eram 150 famílias. Hoje já são 600. Ou seja, mais de 5 mil pessoas. Uma realidade que ainda não foi devidamente documentada pelos registros oficiais. Na Polícia Federal, constam apenas 3.388 chineses aqui residentes. A maioria continua cadastrada em São Paulo ou Foz e alguns vivem ainda clandestinamente. A comunidade vem crescendo tanto que a notícia foi bater em Brasília. E a Embaixada da China já estuda a possibilidade de instalar um consulado em Pernambuco.




Além da representação no Distrito Federal, só mais duas cidades brasileiras têm consulado: São Paulo e Rio de Janeiro. “É preciso existir uma reciprocidade. O Brasil tem representações em Pequim, Shangai e Hong Kong. Teria que abrir um consulado brasileiro na China para que possamos fazer o mesmo aqui”, explicou o 1º secretário de Cultura da Embaixada, Han Memgtang.

Independentemente disso, a comunidade está crescendo. A perspectiva de novos negócios é o grande atrativo. São mais de 40 restaurantes e 100 lojas só na Região Metropolitana do Recife. No bairro de Dois Irmãos, o Shopping H vende produtos exclusivamente chineses. São 11 grupos de imigrantes que comercializam de tudo - de papelaria a produtos eletrônicos. A medicina é outro bom mercado. Novas clínicas estão abrindo no Recife, com o atrativo da técnica milenar da acupuntura 

Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, os chineses se concentram em um só bairro. Aqui, eles se espalham. Reúnem-se apenas em festas típicas, como a do Ano Novo Chinês (que será comemorada na próxima quarta-feira), em cultos evangélicos e encontros budistas. Por causa do ‘boca-a-boca’ criado em torno das oportunidades do mercado recifense, muitos imigrantes já nem passam mais por São Paulo e vêm diretamente para a capital pernambucana. É o caso da vendedora Lou Lan, que saiu de Pequim para tentar a vida no Recife. “O povo daqui é aberto, receptivo e nos ajuda a falar português. Em São Paulo, a adaptação seria mais difícil”, declara.


O comerciante Roberto Kuo confirma. “Geralmente um chinês convida o outro. Um hábito que existia, mas que hoje está diminuindo, era os imigrantes antigos, já estabelecidos, emprestarem dinheiro para os novatos empreenderem seus negócios”. Era a forma encontrada para driblar a falta de crédito junto às instituições financeiras. Mesmo com o crescimento da comunidade, o lema ainda permanece: quem prospera sempre ajuda o parente ou amigo que acabou de chegar.

Quando o negócio dá certo, outros parentes terminam chegando depois. Em pouco tempo, o núcleo familiar está restaurado mesmo fora da China: pais, irmãos, tios e avós. Foi o que aconteceu com a família do comerciante Yu Fong, que hoje controla uma cadeia de restaurantes. A interação com a cultura brasileira não é fácil. O primeiro obstáculo é a língua. Sem dominar o português, eles terminam se isolando e reforçando a imagem de que a comunidade chinesa é fechada. Para quebrar essa barreira, novamente cabe aos que aqui chegaram antes, ensinar o be-a-bá da língua brasileira.

A cultura e o sotaque chinês são tão marcantes que mesmo os mais antigos falam português com um forte ‘acento’ asiático. Apesar das barreiras lingüísticas e culturais, muitos pernambucanos conseguiram cativar a confiança dos chineses que são, reconhecidamente, desconfiados. Quem conquista a amizade da comunidade passa a participar de suas reuniões. Quando falam dessa relação sino-brasileira, os recifenses sempre ressaltam três qualidades chinesas: a simpatia, a incansável capacidade para trabalhar e a solidariedade.


Os pernambucanos também saíram lucrando com a ‘invasão’ chinesa. E passaram a admirar essa cultura milenar através da culinária, da medicina alternativa e do modo de vida ‘zen’ dos chineses com a popularização, por exemplo, do Tai Chi Chuan. Uma das seguidores dessa arte marcial é a dona de casa Helena Lo , 62. “O Tai Chi é bom para a saúde mental e do corpo”, garante. O ‘caldeirão’ cultural dessa miscigenação é tão rico que é possível encontrar chinês de cabelo louro e encaracolado, de olhos amendoados, de pele escura e de sotaque arrastado, tipicamente recifense. Para preservar a característica original de seu povo, alguns casais ainda fazem questão de enviar seus filhos para serem educados na China e preferem que o casamento ocorra dentro da própria comunidade. Mas a grande maioria já absorveu o jeitinho brasileiro



Recife é a terra das oportunidades para todos, tanto para a população Brasileira como a população estrangeira 


2 comentários:

  1. já basta os holandeses e portugueses espanhol franceses agora vem os chineses essas parasitas de merda os chineses deveria esta agredecido pelo bom trabalho e bela faxina que os nipônicos fizeram com eles na segunda guerra mundial



    raça eugenista de merda

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    1. Que venham aos montes. Que tragam desenvolvimento, a cultura deles e a ética de trabalho para somar com o nosso país.

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