terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Sonho de Natal de mãe de gêmeos separados no Recife é ter uma casa


"Depois que acabar tudo isso, como eu vou viver?". Essa é a pergunta que aflige diariamente a manicure desempregada Karine Medeiros, 26 anos. Ela é mãe de Davi e Saulo, os gêmeos de sete meses que nasceram ligados pelo abdome epassaram por cirurgia há uma semana no Recife. O maior sonho de Karine é ter uma casa para morar com os filhos quando saírem do hospital.

Foto: DAVI E SAULO
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Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

A manicure vive em uma casa alugada no Alto Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife. Nela, os gêmeos, os pais e três irmãos se apertam em três cômodos. "Preciso de uma casa em qualquer lugar. Poderia ser em qualquer bairro e até no interior. Não importa se com cerâmica ou outro luxo. Só queria um teto para poder cuidar dos meus filhos", afirma a mãe dos meninos. Apesar de continuar sem emprego, ainda tem esperança até de receber um imóvel como doação.
Karine já não tinha um trabalho fixo quando soube, aos cinco meses de gestação, que seria mãe de gêmeos siameses. A notícia de que Davi e Saulo nasceriam juntos veio justamente quando o marido, Hilton, 29, perdeu o emprego de descarregador de caminhões em uma empresa de bebidas. A manicure tem, além dos bebês, uma filha de 5 anos, que mora com o pai, um menino de quatro anos e outro de pouco mais de um ano. 

Os siameses nasceram em maio e a luta da família que não tem dinheiro para sustentá-los ou pagar as despesas das cirurgias que viriam em seguida chamou atenção. Karine e Hilton receberam doações de alimentos, fraldas descartáveis e outros objetos necessários nos primeiros meses de vida dos meninos. Em outubro, chegaram mais presentes: um doador anônimo deu os expansores que os bebês usaram dois meses antes da cirurgia de separação para esticar a pele.  

O procedimento para separar os irmãos unidos pelo fígado e pelo diafragma foi realizado com sucesso na semana passada, no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no Centro do Recife. Davi já conseguiu deixar a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI) no sábado (21) e ir para a enfermaria, onde se alimenta normalmente. Com infecção no pulmão, Saulo ainda precisa de cuidados intensivos e ventilação mecânica.

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